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domingo

Novos brados, outras retumbâncias


O advogado Paulo Ventura teve uma infância humilde em sua terra natal, a pequeníssima Canápolis, cidade com pouco mais de 11 mil habitantes localizada no Triângulo Mineiro. Estudou em escola pública e é apaixonado por música. Aos 17 anos foi para o Rio de Janeiro estudar Direito. Tão logo se formou, criou um grupo de profissionais para realizar atendimento jurídico gratuito em comunidades carentes e que findou por se tornar um modelo para o Brasil. Dr. Paulo acabou contratado
 para assessorar o Ministério da Justiça, demitido ao descobrir e denunciar uma rede de corrupção entre funcionários, políticos e empresários. Criou o blog “Sonho Intenso” e seguiu sua luta, tornando-se uma sensação na internet. Em sua primeira candidatura, foi eleito deputado federal com a maior votação do país. No Congresso, criou e presidiu a CPI do Crime Organizado com grande repercussão nacional.
Muito diferente dos políticos ficha-suja que infestam Brasília e que mereciam condenação por crimes ambientais, visto a quantidade de papel necessária para imprimir a folha-corrida de seus crimes, a biografia honesta e responsável do Dr. Ventura bem cabe em um único parágrafo. Mas, a partir dessa terça-feira, dia 17 de janeiro, um acidente trágico e as misteriosas forças do “destino” farão do idealista deputado Paulo Ventura o novo presidente da República Federativa do Brasil. Esse é o protagonista de “O Brado Retumbante”, história contada pelo genial autor e dramaturgo Euclydes Marinho e que chega à tela de Rede Globo pelas mãos do talentoso diretor Ricardo Waddington, numa minissérie em oito capítulos.
No cerne da história de Euclydes, que teve a colaboração de Nelson Motta, Guilherme Fiuza e Denise Bandeira, está o sonho fictício de um Brasil que é levado a ser governado por um homem honesto e comprometido com a ética e a democracia. Houve um tempo (saudoso tempo!) em que autores como Gilberto Braga, Lauro César Muniz e Dias Gomes vertiam suas obras tendo a política como sinopse central. Impossível esquecer o grandiloquente Odorico Paraguassu, de “O Bem Amado”; até hoje, 25 anos depois de sua exibição original, a brilhante telenovela “Vale Tudo” ainda faz sucesso todas as vezes que é reprisada, sustentando público, audiência e forte proximidade com a realidade, ¼ de século depois.
Foi assombroso o silêncio dos autores e teledramaturgos após a restauração do ambiente democrático no Brasil. Não é mistério que, num país pobre e onde a TV aberta é o principal veículo de comunicação como o nosso, obras como “O Brado Retumbante” são fundamentais. E que não venham os chatos hipócritas do politicamente correto e os aprisionados no eixo Rio de Janeiro – São Paulo tentar dizer o contrário. No Brasil, uma minoria lê jornais ou livros; poucos têm acesso à internet, canais por assinatura ou ao cinema; quase ninguém sabe o que realmente acontece nos bastidores da longínqua Brasília; na maioria das vezes, nem sabem o que se passa na Câmara de Vereadores ou na Prefeitura de sua cidade. Mas sabem exatamente quanto a Griselda ganhou na loteria e quem está no“paredão” do “Big Brother Brasil”! A TV aberta ainda é o principal instrumento formador de opiniões e já estava passando da hora de colocar obras de cunho político em sua grade de programação.
No entanto, é tremendamente triste perceber que, ao final de cada capítulo da minissérie, não será necessário colocar a seguinte legenda: “qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência”. Um presidente da República honesto, ético e socialmente responsável ainda é uma realidade distante para um Brasil de memória fraca e com uma população com síndrome de avestruz, que enfia a cabeça no chão e finge não ser sua responsabilidade a existência e manutenção da politicagem bandida nos corredores palacianos do poder. Mas é muito bom saber que a cultura televisiva, a mais forte no país, saiu de um período hibernal e leva aos telespectadores uma obra cujo objetivo precípuo é tentar uma (re)aproximação entre o público e a política. Louvado seja Euclydes Marinho! São novos brados e outras retumbâncias que urgem num Brasil atolado na lama da corrupção e com o povo confortavelmente acomodado em sua poltrona cúmplice e leniente.

HELDER CALDEIRA*
Escritor, Jornalista Político, Palestrante e Conferencista
www.heldercaldeira.com.br – helder@heldercaldeira.com.br
*Autor do livro “A 1ª PRESIDENTA”, primeira obra publicada no Brasil com a análise da trajetória da presidente Dilma
Rousseff e que já está entre os livros mais vendidos do país em 2011
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